Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
A procura por um título sem
sermos detentores do devido e indispensável merecimento, seja na forma de um
diploma ou de um cargo, apenas atesta a mediocridade inconfessada que habita o
coração de todo aquele que procura esse tipo de vanglória.
(2)
Estou meio cansado. Não. Já faz
muito que estou totalmente fatigado; abatido com o cinismo dos idiotas que
vivem fazendo pose de autoridade impoluta.
Tal cansaço não significa que
estou me dispondo a fazer uma faxina geral e livrar-me de toda essa tranqueira.
Não. Não tenho meios para realizar tal empreitada e, pra dizer a verdade, nem
mesmo tenho lá muita vontade de fazer isso.
Estou apenas exausto, procurando
forças para continuar minha jornada como modesto palhaço ensinador e
escrevinhante que sou e, estoicamente, encarar e suportar o inevitável mal que
está sufocando nossa nação porque, saber resistir com dignidade também é lutar.
(3)
Chato, por definição é o que é: um
porre. Porém, um chato de porre é algo praticamente insuportável. Por isso, se
você é um desses tipos, faça um favor a todos e para si mesmo: não beba e
procure apenas falar daquilo que é estritamente necessário. O mundo agradece.
(4)
Quanto maior é a necessidade de
nos justificarmos, mais pesada encontra-se a nossa consciência.
(5)
Uma vida vivida sem perspectiva
não passa duma existência sem profundidade, indigna de ser vivida e de ser
chamada de vida.
(6)
Se você radicalmente defende o
aborto, chamando o assassinato dum inocente de direito humano, lembre-se duma
coisa: um dia você também foi um feto.
(7)
É difícil tentar ser bom tendo
como concidadãos tantas pessoas vulgares. Isso mesmo! Se dermos confiança a
esses tipos de alma, que tanto abundam nessas terras de pindorama, elas folgam,
como folgam, e abusam sem a menor cerimônia da tal da paciência. Porém, se
procurarmos manter uma salutar distância, aí já viu: ficam todas ressentidas,
cheias de mimimi e blá-blá-blá, sufocando seus dias com borbotões de queixumes
e mais queixumes que, pouco a pouco, vão corroendo toda a sua dignidade.
(9)
A música é a diadema que coroa a
educação de um homem, é a peça que dá o acabamento, fino ou grosseiro, ao
caráter duma pessoa.
(10)
Quando passamos a considerar
algo, que obtivemos ser ter que realizar o mais mínimo esforço para
conquistá-lo, como sendo um direito que nos assiste de maneira inalienável é
porque, de fato, não valemos nem mesmo o excremento que defecamos.
E, por essas e outras, que todo
aquele que reivindica qualquer coisa sem ser detentor do devido mérito não é
nem mesmo digno de ser chamado de bosta porque tal epíteto é uma deferência
elevada demais para identificar uma alma de tão pouca valia.
(*)
professor e cronista.
e-mail:
dartagnanzanela@gmail.com
fanpage: http://facebook.com/dartagnanzanela/
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