Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(i)
ESTAVA CÁ COM MEUS ALFARRÁBIOS a matutar: o que será que
mulheres da envergadura intelectual duma Edith Stein, ou duma Simone Weil,
diriam a respeito do feminismo contemporâneo, de um modo geral, e de figuras
como Judith Butler, de modo particular. O que será? Não sei não, mas, algo me
diz que o dito seria muito, muitíssimo interessante e que elas, as engajadas e
empoderadas hodiernas, possivelmente, num primeiro momento, não iriam se sentir
muito confortáveis com a possível preleção. Por isso, penso eu, que a leitura
das obras dessas senhoras, necessariamente, deveriam ser lidas e levadas em
consideração, obras essas que, por sua deixa, são sumamente ignoradas por essa
época que, por meio de inúmeros organismos e entidades internacionais, não mede
esforços para advogar em favor da tal ideologia de gênero, como se essa fosse
uma espécie de verdade ocultada por milênios e que, agora, somente agora, foi
revelada profeticamente pela soberba e iluminada filosofia contemporânea.
(ii)
NA PROCURA PELA ORIGINALIDADE, a filosofia, as humanidades,
acabaram se perdendo do rumo que nos leva ao encontro com a verdade.
(iii)
PODEMOS RESUMIR MUITOS DOS entreveros intelectuais e morais
que assolam os dias atuais com as lacônicas palavras de São Paulo, palavras essas
onde o mesmo nos lembra que, sim, podemos tudo, mas nem tudo convém.
(iv)
Abstinência e moderação não matam. Nunca mataram. Já a
gastrimargia, sim, pode matar-nos. E já matou muita gente.
(*) Professor, caipira,
escrevinhador e bebedor inveterado de café.
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