Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
PROCURO ESFORÇAR-ME PARA SER UM HOMEM DE FÉ, temente a Deus,
confessando a religião que herdei de meus pais, cônscio das limitações
inerentes a mim e dos limites que constituem minha herança.
Sei que sou um ser restrito. Sei que que o acumulo de
experiências humanas no intento de se reencontrar com Deus tem seus contornos.
Sei também que o poder e o amor infinito do Divino não cabem, de jeito algum,
em nossa limitadíssima capacidade de compreensão, como também não cabem dentro
das fronteiras da criação; por isso, procuro não me esquecer que minha fé, e a
religião que herdei, não abarcam a totalidade da realidade e, muito menos, que
elas não podem tomar o lugar do fundamento último desta, que é Deus.
Por essas e outras que rio, rio muito e por misericórdia, da
tigrada que diz, com a boca cheia de não sei o que, que apenas acredita nisso
ou naquilo porque seja suposta e cientificamente provado, ou comprovado, ou
demonstrado, ou que tenha remotas evidências de o sê-lo.
Essas pobres almas ignoram que, gostem ou não, a ciência,
enquanto via de conhecimento, e principalmente enquanto um reles símbolo de
auto afirmação pueril, é tão limitada, se não mais restrita, que qualquer
religião ou doutrina sapiencial. Mais limitada, inclusive e principalmente, que
a religião Cristã.
Também ignoram, ou não o sabem, ou fingem não saber, que eles
também são criaturinhas limitadas e, possivelmente, assim procedem, devido a
soberba em que elas encontram-se embebidas que não lhes permite enxergar essa
obviedade ululante: que elas são limitadas tanto quanto, senão mais, em alguns
casos, que uma pessoa que se ajoelha em sinal de humildade perante o Criador da
criação.
Aliás, tão limitadas quando o tongo que escrevinhou essas
linhas e, talvez, essa última observação, seja justamente a que lhes cause mais
desconforto e indignação.
(*) Professor, caipira, cronista e bebedor inveterado de
café.
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