Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(i)
O SILÊNCIO QUE INVADE NOSSA ALMA
numa noite solitária tem lá o seu charme, pouco importando qual seja a estação
do ano em que nos encontramos com ele. E seu charme permanece a coroar-nos até
o momento em que a silente soledade é quebrada, sem a menor cerimônia, por uma
companhia – por uma má companhia – tão inesperada quanto indesejada, com sua
luminosidade eletrônica manifesta através do brilho duma tela fria, sem vida,
com seus inconvenientes sinais sonoros que tem o claro intento de nos inebriar
com suas efêmeras ilusões digitais.
(ii)
QUANDO SE AFIRMA QUE O TRABALHO
FILOSÓFICO de Judith Butler é um trem lindo de doer é porque se tem uma noção
muito caipora do que seja o tal do filosofar, e do que seja a dita cuja da
filosofia, ou porque se possui uma desconjuntada compreensão do que seja a tal
da boniteza. Das duas, uma. Ou as duas.
(iii)
A GRANDEZA QUE PODERÁ COROAR o
amanhã pode muito bem ser parida pelos erros de ontem. Tudo depende do que nós
estamos fazendo com os ditos cujos no presente. Depende do que estamos fazendo
com o nosso hoje.
(iv)
AQUELES QUE NÃO QUEREM SER
conquistados pelo esplendor da verdade acabarão, cedo ou tarde, escravizados
pelas sombras do erro e da farsa.
(*) Professor, caipira,
escrevinhador e bebedor inveterado de café.
Nenhum comentário:
Postar um comentário