Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
INQUIETUDE NATALINA
Ao raiar do dia, durante a santa missa, ouvia-se o
jubiloso canto dos pássaros que, ao seu modo, estavam dando glória a Deus pelo
natalício da encarnação do Verbo divino. E, enquanto isso, conforme nos lembrou
o Padre, boa parte do gênero humano passa indiferente frente o nascimento
Daquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
INQUIETUDE BRASÍLICA
O desfile de desvalidos que se avoluma mais e mais em
nosso país, a multidão de rostos esquálidos, de feições maceradas pelas
derrotas impostas pelas injustiças da brasílica vida e pelas ilusões advindas
das equivocadas decisões dessa nau de desterrados, é o mais furioso e titânico
libelo contra as ideias socializantes que contribuíram significativamente para
o descarrilamento de nosso país.
Essas faces sofridas são o panfleto que melhor depõe
contra a [des]governança que se impôs ao nosso país por quase duas décadas e
que, ao seu modo, aprofundou como nunca se viu antes na história desse país, as
seculares injustiças que imperam nessas terras cabralinas.
Desaprumo esse que custou, e que continuará a custar
muito às futuras gerações e, gostemos ou não, demorará e custará muito para que
os rostos macerados voltem a sorrir e a corar de contento, haja vista que muito
falta para que possa-se endireitar o prumo de nosso triste país.
SILENTE INQUIETUDE
A procura pelo silêncio é o grande desafio de nossa
época. A nossa grande batalha. E, como toda peleja, essa exige de cada um de
nós uma disposição integral para que realmente, ao final, sejamos exitosos em
nosso combate.
Se não almejarmos o silenciar interior não haverá a
menor possibilidade de que exista em nosso em torno um ambiente silente, pois,
dentro das devidas proporções, tudo aquilo que circunda nossa existência
reflete, ao seu modo, as batalhas que travamos em nosso interior.
Em resumidas contas, todo aquele que é incapaz de
derrotar as suas más inclinações, que não se dispõem e enfrentar essa justa
pugna, jamais poderá se sobrepor as perturbações que o circundam porque, ao
final, todas essas agitações presentes no mundo exterior são apenas um pálido
reflexo dos nossos tormentos interiores mal resolvidos.
(*) Professor, cronista e bebedor de café.
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