Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Uma farsa histórica fomentada
pelo rancor e que incansavelmente o fomenta não cura uma ferida aberta; não se
faz justiça cultivando a cizânia entre os cidadãos, mesmo que essa seja
cultivada em nome de uma boa causa; fortalecer o poder de grupos que
instrumentalizam o Estado não conduz-nos a liberdade, não consolida o Estado
Democrático de Direito e não faz madurar o espírito republicano.
(2)
Entenda uma birosca
epistemológica simples e de maneira definitiva: uma coisa é você estudar
História para tentar entender algumas questões presentes que nos inquietam;
outra coisa bem, bem, bem diferente é você inventar histórias para justificar
suas cretinas crendices ideológicas.
(3)
Um pequeno macete: quando um
caipora diz, com toda aquela pose afetada de bom moço, do que se deve ou não
rir, para o que se pode ou não sorrir, você pode ter certeza que atrás de toda
essa dissimulação forçada de bondade há apenas uma coisa: uma sóbria intenção
totalitária.
Todo aquele que acredita ser uma
alma bondosa por considerar benfazejo policiar e estimular o policiamento mútuo
daquilo que se sente; toda alma sebosa que prega a urgente necessidade de se
controlar até mesmo os mais discretos risos, sorrisos e olhares,
definitivamente, não passa de um biltre que não sabe o que é o bem e nem o
deseja.
Na verdade, esse tipo de gente
ignora o que isso seja porque o que eles querem mesmo é poder. Um totalitário poder
para controlar tudo o que você pensa; tudo aquilo que você fala e, inclusive,
tudo o que você sente.
Pois é, somente almas desatentas,
ou muito mal intencionadas, não percebem o quanto isso é diabólico.
(4)
Amizade verdadeira é aquela onde
as pessoas, que mutuamente se identificam como amigas, amam-se apesar delas
mesmas.
É bem isso. Não amamos as pessoas
por elas serem um poço de virtudes; na verdade, amamo-nos mutuamente apesar de
todos os vícios que possam existir - e que existem - em nossos corações.
Enfim, isso é a tal da amizade;
esse é o tal do amor que nos leva a bem querer o próximo simplesmente pelo que
ele é; não pelo que nós queremos que ele seja.
E isso é sofrível. Claro que é.
Porque amar é um sacrifício gracioso, não um contrato cartorial.
Entendamos isso e peçamos perdão
aos seus amigos e perdoemo-nos por sermos quem somos e, desse modo, com toda
certeza, o Amor nos transformará em algo melhor do que esse trem fuçado que
somos porque é pra isso que existem os amigos.
(5)
A questão fundamental com relação
ao mérito não é, de modo algum, se o indivíduo nasceu em berço de ouro ou de
palha, nem mesmo se ele foi generosamente agraciado pela natureza com muitos
dons ou se foi esquecido por essa.
O ponto basilar sobre o tal do
mérito está naquilo que fazemos com tudo aquilo que recebemos da natureza, da
sociedade e da família, seja esse algo pouco ou muito.
Tal lição é-nos ministrada pela
realidade dos fatos e ensinada por Nosso Senhor através da parábola dos
talentos.
É simples assim. E qualquer
tentativa de complicar isso para enxovalhar a meritocracia não passará de um
reles chilique bocó dum medíocre indignado masturbando-se mentalmente para
negar uma obviedade ululante.
(6)
Citar Paulo Freire como se fosse
uma respeitável referência intelectual é um claro sinal de desnutrição mental.
(7)
Não devemos estudar para adquirir
uma identidade ideológica. Não mesmo. Fazer isso é coisa de bocó de mola.
Devemos, sim, procurar estudar para nos encontrar com a Verdade para que Ela
nos liberte de todas as nossas babaquices ideológicas.
(*) professor e cronista.
Site:
http://dartagnanzanela.webcindario.com/
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