Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

Pesquisar este blog

BLOGICAMENTE FALANDO – parte XII


Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(1)
Todo aquele que excita as divisões e fomenta a cizânia, não quer o bem dos desvalidos; quem assim procede apenas deseja utilizar os desafortunados, manipulá-los feito gado, para realizar os seus propósitos totalitários.

(2)
Tudo aquele que insiste em dividir a humanidade em guetos, dizendo ser o sumo defensor desta ou daquela minoria, no fundo o que esse tipo de caipora está fazendo é tão só e simplesmente instrumentalizar a desgraça alheia para realização dos intentos pérfidos duma ideologia totalitária cinicamente mal disfarçada.

(3)
Por que, pergunta Bolívar Lamounier, ressaltar apenas o que divide e nunca o que aproxima os cidadãos? Porque, mais do que provavelmente, todos aqueles que assim procedem agem no intento de fortalecer um grupo ideologicamente constituído e cinicamente organizado para fragilizar as relações humanas. É claro que tudo isso é feito com a maior das boas intenções, porém - como todos nós bem sabemos - de intentos desse tipo, o inferno está bem cheio.

(4)
Todos nós somos, ao mesmo tempo, membro de várias coletividades - muitas delas antagônicas uma em relação às outras -  e, cada uma delas, cada uma ao seu modo, imprimem em nosso ser a sua marca que, por sua deixa, passa a se juntar a nossa identidade pessoal, marcas essas que passam a integrar a nossa personalidade.

(5)
Todo aquele que desdenha o valor do mérito individual está fazendo pouco caso do sacrifício e do esforço de todas as pessoas que labutam diuturnamente para aprimorar-se e lapidar-se à luz dos seus sonhos e anseios.

Na verdade, esse desdém é o traço distintivo dos medíocres que vivem contentes com o que são, mas insatisfeitos com o que tem. As pessoas, que se sacrificam para realizar-se como indivíduo não. Geralmente elas estão razoavelmente felizes com o que tem, mas contrariados, bem contrariados, com o que são.

O dia que as mentes iluminadas que acreditam ter a solução mágica para os problemas da humanidade - de um modo geral, e da brasilidade, de maneira particular - entenderem esse axioma da existência humana, teremos, enfim, a restituição da dignidade da meritocracia e o fim da soberba mediocracia reinante.

(6)
Graças aos Céus que existiram e existem pessoas inovadoras, como Johann Gutenberg, Thomas Edson e Steve Jobs, que nos brindam com brinquedinhos tecnológicos que facilitam a nossa vida e ampliam o nosso poder de ação.

Se nós usamos bem esses ditos brinquedos é outra história. O invento é bom e é mérito deles. O mau uso é responsabilidade nossa.

Digo isso, pois, se fôssemos depender apenas das boas intenções dos bons-moços que ganham a sua vida defendendo ideologias totalitárias mal disfarçadas, todos nós ainda estaríamos vivendo na idade da pedra lascada, e olhe lá.

(7)
Ao invés de nutrirmos inveja dos talentosos - sejam eles bem dotados pela natureza ou conquistadores meritórios de seus feitos, nutramos admiração por eles.

A inveja sufoca e corrompe a alma e destrói tudo que está ao seu redor. A admiração, pelo contrário, eleva o nosso espírito em verdade, irradiando o bem infundido em nós pelo ato de apreciar àqueles que estão em nosso entorno.

Trocando por miúdos: o admirador, com o tempo, torna-se semelhante às virtudes da coisa admirada, integrando em sua alma os valores que o ato de contemplar lhe inspira. O invejoso, por sua vez, jamais se torna a coisa invejada, pois os vícios inspirados pelo ato de invejar ficam encalacrados em seu coração impedindo-o de, genuinamente, amar o próximo e a si mesmo.


 (*) professor e cronista.

Site: http://dartagnanzanela.webcindario.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário