Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Frequentemente naufragamos em
meio ao frenético tsunami de acontecimentos que se abatem sobre a nau de nossa
existência. Frequentemente.
Para nos defendermos dessas
turbulências é de fundamental importância que nos encontremos munidos de boias;
boias essas que seriam as perguntas apropriadas a serem feitas para
compreendermos de modo adequado as circunstâncias em que nos encontramos.
Se tivermos em nossa algibeira as
perguntas certas, bem provavelmente iremos conseguir navegar e superar as
correntes do mar tenebroso que nos desafia; caso contrário, nos afogaremos em
nós mesmos por não sabermos o que estamos procurando, nem desconfiar de onde
exatamente estamos. E, tudo isso por não sermos capazes de fazer as perguntas que
realmente importam; por não sabermos nem mesmo como fazê-las.
(2)
O ódio nos cega da mesma forma
que o medo é mau conselheiro. Sempre foi e sempre será assim. O primeiro nos
leva a subestimarmos a astúcia de nossos inimigos e a superestimar as nossas
parcas habilidades e escassos meios; no segundo caso a situação é inversa: superestimamos
nosso antagonista e depreciamos nosso potencial. Bem, seja como for, ambos, tanto
o ódio como o medo, quando se apoderam de nossa alma nos apartam e nos
distanciam da realidade dos fatos. Por isso, é bom não esquecermos, jamais, que
a irritação não é um argumento razoável da mesma forma que a temeridade nunca
será um fundamento aceitável de coisa nenhuma.
(3)
A fúria na maioria das vezes não
é a via apropriada para a resolução dum problema, grande ou pequeno. Mas, às
vezes, é mais que necessária.
(4)
Essa é a essência do espírito
desportivo: anos de magnânimos sacrifícios por alguns instantes de glória que
preenche uma vida com sentido.
(5)
Há canalhas que vivem da pregação
de lamúrias ideológicas, como há. Biltres bem pagos pelo escasso erário pra
nada fazer de substancial. Nada.
(6)
Foi dada a largada! Os biltres já
estão na pista da dissimulação e não vão poupar os cidadãos com o velho
festival de cinismo eleitoreiro.
(7)
A tirania torna-se inevitável
quando imaginamos que todas nossas libertinagens pessoais, em misto com todas
as nossas imbecilidades coletivas, deveriam ser vistas como uma excelsa virtude
cívica e reconhecidas como uma dionisíaca garantia constitucional.
(*) professor e cronista.
Site:
http://dartagnanzanela.webcindario.com/
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