Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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BLOGICAMENTE FALANDO – parte XVI

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(1)
O grande erro, a sacanagem cognitiva maior que se faz latente em todas as ideias progressistas politicamente corretas é que elas desdenham a real e constante condição humana. Realidade a qual seria: a inconstância geral das almas, o tédio generalizado do dia a dia e a inquietação perene dos indivíduos frente às miudezas da vida. Qualquer ideiazinha que ignore esses traços não passa de um sintoma epidérmico dessa realidade passada e demasiadamente humana, jamais um unguento para ela.

(2)
Muitas pessoas, como se diz, de bem, sentem-se indignadas diante do lúgubre pântano moral, político e econômico em que nos encontramos atualmente e, indignados, querem agir de supetão crendo poder, desse modo, colher bons frutos em curtíssimo prazo.

Ledo engano. Não se pode combater algo com eficiência sem, primeiramente, conhecer bem o que se pretende combater da mesma forma que nenhuma ação de curto prazo, por mais bem intencionada que seja, obterá um sucesso duradouro se ela não estiver integrada numa estratégia ampla e de longo prazo.

Por isso, toda ação motivada unicamente por um sentimento de indignação é epidérmica e sem finalidade; por essa razão ações assim acabam invariavelmente realizando inúmeras coisas imprevistas pelas almas indignadas porque, por impaciência e vaidade, nunca pararam pra conhecer bem quem e o que eles estavam combatendo.

(3)
De quanto tempo precisamos para fazer tudo aquilo que devemos fazer? Não sei dizer. Na verdade, somente você pode responder a essa pergunta. Entretanto, uma coisa é certa: independente de quanto tempo você necessite para cumprir com o seu dever, todo ele deverá ser obtido das limitadas disposições temporais de sua vã e frágil vida.

(4)
Muitas vezes não somos capazes de realizar o bem, nem mesmo um simplório benzinho, por sermos frequentemente avessos à procura pela verdade e, principalmente, arredios a sua presença em nossas vidas.

(5)
Muitas são as vozes que, indignadas, clamam pela necessidade de recuperarmos o tal do senso ético, os valores morais e todo aquele trelelê que todos estamos carecas de ouvir dizer. Porém, todavia e, entretanto, é chato lembrar, porém, temos de fazê-lo, mas, não se pode recuperar o que nunca se teve; não se ter o que nunca foi sinceramente almejado.

(6)
Num ano eleitoral, os cidadãos como um todo, e os candidatos em especial, acabam dando uma importância colossal para as condições do momento, aos títulos honoríficos, aos cargos, salamaleques, a tudo que seja fugidio e que massageie os seus já mui inflados egos envaidecidos. E assim o fazem por ignorar, de modo estulto, o peso da eternidade que paira sobre a cabeça de todos nós.

(7)
A irascível insatisfação que habita o coração do homem modernoso é, em boa parte, fruto de uma vida vivida sem a eternidade como finalidade. Somente a consciência do eterno é capaz de aplacar a nossa volúpia; somente ela, iluminado pelo Altíssimo eleva nosso olhar para além do turbilhão de nossos desordenados desejos mundanos.

 (*) professor e cronista.

Site: http://dartagnanzanela.webcindario.com/

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