Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Ensina-nos São Paulo que más
companhias corrompem bons costumes. Essa é uma verdade tão auto-evidente que
dispensa qualquer comentário ou explicação, todavia, como evitar a companhia
dos maus numa sociedade como nossa é uma questão delicada pra caramba.
É praticamente inevitável a todo
aquele que tem o propósito de exercer a profissão de bom em meio a abundância
de tantos maus ter de se acostumar a viver longos períodos de solidão que, para
todo aquele que almeje o bem, é sempre uma excelente companhia.
Mas não se deve apenas ficar com
ela. A provação das más companhias é fundamental para conhecermos a real
densidade de nossa alma, de nosso caráter.
Ora, se facilmente caímos no
canto de seria da mundanidade é porque não somos tão bons assim como imaginamos
ser. Agora, se somos de fato pessoas de grande densidade moral; de grande
envergadura espiritual; de nada servirá toda essa força se ela não for
empregada no intento de alumiar aqueles que estão atolados no lodo da fraqueza
moral e da desídia espiritual.
Enfim, más companhias corrompem
apenas bons costumes superficialmente adquiridos; más parcerias necessariamente
revelam as más inclinações que já estavam em nosso coração, mas que nos
recusávamos a enfrentá-las.
(2)
Tudo que é bem feito jamais é
feito em vão. Mesmo que tudo o que fora feito tenha sido, aos olhos dos homens,
um grande desperdício, aos olhos de Deus continua sendo bom.
(3)
Todo aquele que confessa uma
religião o faz porque a sente como sendo verdadeira; mais verdadeira que as
demais. Se o indivíduo não age assim é porque ele é hipócrita para com os seus
e cínico para com os demais. Detalhe: isso não significa que indivíduo odeie as
demais religiões; significa apenas que ele deseja sinceramente que todos
confessassem a mesma fé que ele confessa; significa que ele reza pela conversão
de todos ao caminho que ele escolheu. E isso, amiguinho politicamente correto,
não é mau não. É a própria expressão do amor ao próximo. Entenda isso e pare de
ficar relativizando o valor da procura amorosa e abnegada pela Verdade.
(4)
Se depositar todas as minhas
esperanças neste mundo vil, se procurar reduzir a amplitude transcendente na
mensagem viva de Nosso Senhor Jesus Cristo aos limites desta miserável
existência finita, definitivamente, minha existência seria uma lastimável do
princípio ao fim.
(5)
Ensina-nos Pascal que nada é mais
real, nem mais terrível do que a morte. Da mesma forma, nada é mais tolo, nem
mais ridículo do que viver ignorando o peso e o significado dessa realidade.
(6)
O ser humano de um modo geral, e
o brasileiro de maneira particular, é um bicho engraçado mesmo. Vive falando
que a morte é a verdade mais acertada; sabe que a morte é o limite irrevogável
para todos os planos terrenos. Mesmo assim, o carniça vive os seus dias e traça
seus planos como se ele fosse uma criatura vampiresca, ignorando a imortalidade
da alma e sugando tudo o que a vida pode lhe ofertar para realização das mais
mesquinhas e vazias finalidades que, de maneira tola, ele coloca num patamar de
importância bem acima, muito acima da imortalidade da sua própria alma.
(7)
Quando ignoramos a realidade da
imortalidade, gradativamente nos embrutecemos; pervertemos o senso de justiça
que há em nosso coração.
(*) professor e cronista.
Site:
http://dartadartagnangnanzanela.webcindario.com/
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