Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Pior, muito pior que qualquer forma de corrupção
política-administrativa é a corrupção moral e intelectual que é parida através
da degradação da linguagem e da decomposição da cultura.
(2)
Não é impossível recuperar um idiota; na verdade não é tão
difícil assim livrar um sujeito das garras da idiotia reinante. O que é praticamente
uma perda de tempo é imaginar que seja possível recuperar um caipora petulante
de seu cinismo, de sua vaidosa ignorância presunçosa.
(3)
A classe política fisiológica brasileira é um terrível cancro
de nosso país, mas não é, em si, o maior de nossos males.
Pior que essa raça de víboras é a elite vermelha que
instrumentaliza-as em favor de sua agenda ideológica totalitária.
A elite rubra sabe muito bem que os caciques políticos desse
feitio aprovam qualquer coisa, qualquer ponto de sua agenda totalitária, desde
que usem de modo eficaz a sua linguagem ideológica do cacicado: a do “faz-me
rir”. Seja o cascalho lícito ou ilícito.
Claro que isso nem sempre ocorre na velocidade que a referida
elite deseja e, naturalmente, essa estratégia pode algumas vezes fazer água,
haja vista que apoio político tácito comprado não tem a garantia de fidelização
irrevogável.
Todavia, isso não significa que ela não foi outrora bem
utilizada; que não esteja sendo adaptada [sem a eficácia desejada] no atual
cenário político de nosso triste país e que, noutra ocasião, não virá a ser
utilizada novamente em um outro contexto político e econômico para atingir fins
totalitários similares aos de antanho.
(4)
Há, no solo do meu coração, raízes duma árvore anarquista que
cultivei com muito zelo em minha porca juventude. Raízes essas que permanecem
fortes e, cuja árvore, mantem-se viçosa em minha alma não por ousadia, ou por
destemor ideológico. Nada disso. Assim ela está, como diria Eça de Queiroz, por
pura timidez e cobardia política.
(5)
Todo e qualquer ímpeto revolucionário não passa duma forma de
fantasia, de um simulacro de onipotência infantil; um meio de auto justificar a
impotência juvenil que imagina ser o baluarte não ouvido de uma suposta justiça
futura. Bastião esse que em nenhum momento parou pra tentar, mínima e
sinceramente, compreender a realidade que pretende supostamente melhorar
através da inconteste autoridade de sua ignorância, tão presunçosa quanto
afobada e, por isso mesmo, um solo mais que fértil para toda e qualquer traquinagem
totalitária.
(*) Professor, cronista e
bebedor de café.
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