Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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REFLEXÕES ABUSADAS


Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
Vivemos no Brasil, bem do nosso jeitão, uma espécie de Antigo Regime, onde o atraso institucionalizado impera e é guiado pelas mais esclerosadas ideologias.

(ii)
A democracia brasileira é uma coitada. Ela, no fundo, não passa duma meretriz que é vilmente explorada por toda ordem de proxenetas que usam e abusam de seus dotes. E fazem tudo isso bem na frente dos seus filhos. De todos eles.

(iii)
Quando um meliante rouba e/ou atenta contra a vida dum cidadão comum, o establishment e o beautiful people dizem, enfaticamente e com lágrimas nos olhos, que o biltre é apenas uma vítima da sociedade injusta - indiretamente representada pelo cidadão que foi alvo da ação do meliante - e, por isso, não devemos responsabilizá-lo pelos seus próprios atos. Tadinho.

Agora, quando alguém, do establishment ou dos chiques e famosos, passa por uma situação similar, por um inacreditável passe de mágica, essas “pessoas do bem” dão os devidos nomes aos bois. Ou seja: quando um crime violento é cometido contra alguém da sua patotinha, bandido é reconhecido como bandido e cidadão como cidadão.

Isso não é incrível?

(iv)
Uma discussão para ser profícua, e ampliar a nossa compreensão sobre algo, deve, necessariamente, partir de questões claramente recortadas. Se não for assim, tudo o que virá a ser dito pelas partes envolvidas não passará de um punhado de flatus vocis. Só isso e olhe lá.

(v)
O caboclo faz mil sacrifícios pra comprar um carro, não se contém pra adquirir uma roupa, mas dá mil e uma desculpas pra não gastar com um livro.

(vi)
Numa sociedade barulhenta e agitada a quietude e o silêncio não são caprichos; são elementos indispensáveis para mantermos a sanidade da alma.

(vii)
A regra é simples e vale ouro: se caboclo afirmar que você é um gênio não cometa a idiotice de acreditar nisso; e se um fulano disser que você é um perfeito idiota tenha a genialidade de não levar isso a sério.

(viii)
O povo muitas vezes não sabe o que diz, e isso é um fato. Os políticos na maioria das vezes sabem muito bem o que fazem, e isso é outro fato. Agora, os “intilictuais”, em regra, não compreendem nada do que dizem e não entendem patavina nenhuma do que fazem, e isso é uma realidade tão dura quanto triste.


(*) Professor, cronista e bebedor de café.

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