Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

Pesquisar este blog

AVACALHANDO COM AS PALAVRAS


Por Dartagnan da Silva Zanela (*) 

Uma das artimanhas mais comuns da mentalidade politicamente correta é a de utilizar um adjetivo, elogioso ou difamante, e servir-se dele, sistematicamente, como se fosse algo substancial.

Quando procedemos assim, dilatando o sentido substancial duma palavra para querer dizer mutias coisas, acaba-se por esvaziar o seu significado e, ao invés dela corresponder à substância que originariamente ela se referia, acaba-se restringindo o seu sentido a um amontoado de impressões subjetivas facilmente manipuláveis.

Exemplo muitíssimo simples dessa perversão é o que é feito, atualmente, com a palavra família.

Veja só: há amigos que amamos como se fossem nossos irmãos e os tratamos como tal, cientes de que não o são. Existem pessoas que queremos bem como se fossem nossos pais, cônscios de que elas não o são. Inclusive há aqueles que tratam seus cães e gatos como se fosse filhos e, obviamente, essas pessoas sabem muito bem que os “filhinhos” são apenas bichinhos de estimação muito amados.

Enfim, sabemos que certas pessoas, e mesmo animais, não são substancialmente nossa família, mas porque as temos em elevada conta, dizemos que elas são como se fossem dá família ou, em alguns casos, é a única coisa que muitas pessoas têm como família, cientes de que não é substancialmente uma.

Todo mundo entende isso. Todos. Somente a tigrada politicamente correta, com seus recalques críticos e rancor desconstrucionista não compreende e, por isso mesmo, quer avacalhar com as relações humanas sob a desculpa de estarem construindo um mundo supostamente mais justo com sua (in)tolerância politicamente engajada fantasiada de democracia, diversidade e tolerância que, no frigir dos ovos, são apenas outras palavras totalmente esvaziadas de sua substancialidade.

(*) Professor, cronista e bebedor de café.

Nenhum comentário:

Postar um comentário