Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
(1)
Todo direito que nos é dado – ou conquistado - é a garantia
de que teremos, no mínimo, mais uma parafernália estatal e uma chusma de
entidade paraestatais que contribuirão significativamente para asfixiar a nossa
liberdade.
(2)
A seriedade que colocamos na elaboração duma pergunta, por
mais simples que ela seja, reflete a seriedade com que encaramos os desafios
que nos são apresentados pela vida. Aliás, se não estamos dispostos a meditar
sobre as questões que poderão nortear os nossos estudos e disciplinar a nossa
caótica curiosidade, se não nos interessamos em formatar apropriadamente as
indagações que poderá dar forma a nossa personalidade intelectual é bem
provável que acabaremos sendo absorvidos pelos turbilhões de efemeridades que
vorazmente nos devoram sem a menor cerimônia dando-nos a ilusão de que estamos
integrados ao que há de mais avançado no presente momento ao mesmo tempo em que
somos dissolvidos pelo que há de mais vil na contemporaneidade.
(3)
Não existe pergunta insolúvel, nem mesmo uma pergunta idiota.
O que muitas vezes nós podemos ter é: (i) uma pergunta mal formulada; (ii) uma
questão maliciosa ou preguiçosamente elaborada; (iii) uma indagação ouvida
preguiçosamente por uma alma maliciosa ou (iv) um pergunta maliciosamente
ouvida por uma alma idiota.
Enfim, seja como for: toda pergunta pode ser lapidada, reformulada,
meditada, investigada e respondida. Aliás, nesse esforço de sinceramente
formulá-la e refazê-la nós acabamos tendo uma reorganização do nosso
conhecimento e um disciplinar de nossa inteligência.
(4)
Se não procurarmos elaborar as perguntas – uma lista delas –
pra nortear os nossos estudos, para guiar a nossa curiosidade, não se preocupe,
não mesmo, porque pode ter certeza que alguém irá fazer isso pra você - direta
ou indiretamente - para que pensemos nas questões que esse alguém quer que
sejam pensadas e, inclusive, por conta disso, ele acabará sugerindo um punhado
de respostas preguiçosas para cada uma delas para que tenhamos a sensação de
que estamos pensando com a nossa própria moringa. Sensação essa que, aliás, é
mui amada pelos tolos. E como é...
(*) Professor, cronista e
bebedor de café.
Nenhum comentário:
Postar um comentário