Por Dartagnan da Silva
Zanela (*)
O professor Olavo de Carvalho, sem
o menor rodeio, sem o uso dos chavões característicos daquelas velhas
enrolações acadêmicas, descreve-nos de maneira nua e crua o estado em que se
encontra a educação brasileira.
Ele diz-nos o seguinte: “As
crianças, hoje, não são mais ensinadas a observar, guardar na memória e
representar com exatidão, mas simplesmente a ‘botar para fora’ [...] qualquer
imagem idiota que lhes passe pela cabeça e que suas mãos, ao passá-la para o
papel, deformam ainda mais, de modo que nem a objetividade é captada, nem a
subjetividade é expressada corretamente”.
Antes de ficarmos nervosinhos, todo
chororó com o velhinho da Virgínia, lembremos que o nosso país vem
sistematicamente ocupando os últimos lugares nos testes do PISA; não nos esqueçamos
de que pouco mais de sessenta e oito por cento da população não é capaz de
realizar uma leitura de modo pleno (são ou analfabetos elementares ou
funcionais).
E tem outra coisa: devemos parar
pra pensar seriamente no fato, no triste fato, de que o Brasil é o único país
em que o QI médio da população vem caindo sistematicamente. Isso mesmo! O único
que está emburrecendo.
Enfim, esse é o entrevero e,
gostemos ou não, contra fatos como esse, não há enrolation, nem argumentos.
Pior! Essa vergonha é toda nossa e
não há governante ou política pública que irá reverter esse quadro de
degradação geral.
A única via possível para nos
livrarmos desse ciclo infernal é tomarmos as rédeas de nossa formação e, com um
forte senso de responsabilidade e espírito de abnegação, superarmos os entraves
que nos foram plantados na alma por um sistema infame e degradante.
Resumindo: não há solução para o
problema nacional, mas é mais que viável, urge que procuremos solucionar os
males que nos corroem, pois, não adiante fazermo-nos de bagre ensaboado porque,
gostemos ou não, nós fazemos parte desse cenário.
(*) Professor, cronista e
bebedor de café.
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