Por Dartagnan da Silva Zanela (*)
(1)
Nós podemos defender o que quisermos e acreditar no que
acharmos melhor, mas não queiramos impedir que os outros, sejam eles maioria ou
não, pensem que isso tudo seja uma baita idiotice, pois, se não somos capazes
de suportar um olhar torto de desaprovação é porque nós, com nossas crenças e
convicções, no fundo, não valemos um peido.
(2)
Tentar agir e pensar com lucidez num mundo insensato é uma
dura tarefa, mas necessária. Entretanto, num país insano como o nosso, um
idiota achar-se lúcido é a coisa mais comum que há; tão banal quanto à visão de
uma multidão de idiotas que veem nele a personificação de um gênio só porque o
dito cujo repete as mesmas sandices ideológicas que eles vivem dizendo como se
fosse um mantra de alienados do chapéu velho.
(3)
Uma das frases mais infames que passaram a fazer parte da
métier pedagógico moderno é aquela que afirma que o que importa numa avaliação
não é se o aluno acertou ou não o que lhe fora solicitado numa questão, mas
sim, verificar se ele tentou resolver as ditas cujas, se ele se esforçou para
tanto e blábláblá.
Quando alguém diz algo assim, fico, sadicamente, cá com meus
alfarrábios a matutar: será que um caipora que diz um trem fuçado desse, quando
é flertado por uma pessoa sem um mínimo de tato e dotes, avalia a cantada com o
mesmo critério? Será que o bom-mocinho entregasse aos afagos e carícias com o
ser sem noção sem levar tais critérios em consideração? Bem, de acordo com seu
modo de avaliar, o importante não é a qualidade da ação, mas sim, a duvidosa
boa intenção de realiza-la, não é mesmo? Pois é...
Enfim, gente assim somente fala isso pra bajular aqueles que,
como eles, não amam o conhecimento, não desejam aprender, mas que sabem muito
bem dissimular interesse quando convém. Só isso e olhe lá.
(*) Professor, cronista e bebedor de café.
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