Por
Dartagnan da Silva Zanela (*)
(i)
Em
toda e qualquer multidão que paire uma névoa de unanimidade, dificilmente
encontraremos algo que não seja alguma forma, refinada ou bruta, de estultice.
Do mesmo modo, dificilmente encontramos algo nos grupelhos histéricos,
politicamente engajamos que divergem de tudo e de todos, que se assemelhe com
um mínimo de bom senso. Enfim, seja como for, é somente na solidão de nossa
consciência individual que podemos dar testemunho da verdade sobre algo e,
principalmente, sobre nós mesmos.
(ii)
Se um
sujeito depravado diz um punhado de verdades, a imoralidade do caipora não
revoga a veracidade do que fora dito por ele. Saber fazer essa sutil distinção
evidencia capacidade de discernimento. Ignorá-la é prova de pura e simples
leviandade.
(iii)
Fofoca
é o timbre distintivo das almas levianas. Essas guardam, silentes, em seus
corações, todo ódio e rancor que sentem por algo ou alguém e, quando aparece no
horizonte uma centelha de maledicência, que passa a ser espalhada de modo
incauto, de imediato, se agarram a ela como se tal gesto fosse uma espécie da
galardão de sapiência ou, como gostam de dizer, de criticidade.
(iv)
O
apelo a calúnia é a única arma daqueles que não esmeram-se em procurar a
verdade.
(v)
Só
pra constar: velas apagadas não chamam mariposas da mesma forma que lâmpadas
queimadas regozijam-se levianamente com toda ordem de futricas.
(*)
Professor, caipira, cronista e bebedor de café.
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