Por
Dartagnan da Silva Zanela (*)
(i)
O homem moderno perdeu o
sentido da realidade trágica do pegado e crê, que tal perda, seria uma espécie
de libertação. Como consequência disso, dessa suposta libertação, é que quanto
mais pálida torna-se a compreensão do pecado em nossa consciência, mais nos
afundamos no lodo da degradação moral, da perversão da inteligência e da
mutilação do sentido da vida. Enfim, a perda do sentido do pecado não nos faz,
simplesmente, perder a fé. É pior! Ela nos faz subvertê-la.
(ii)
Como a muito nos lembra G. K.
Chesterton, o problema de não crer em Deus não é que o sujeito não acredita em
mais nada. A encrenca seria que ele passaria a acreditar em qualquer coisa.
Tendo isso em vista e pensando no sistema educacional contemporâneo, tais
palavras, ao meu ver, são providenciais, haja vista que, para muitíssimos
entendidos na arte de educar, rezar um PAI NOSSO com os infantes fere a tal da
laicidade do Estado, o mais frio dos monstros frios; todavia, no entender dos
mesmos entendidos, deve-se, o tempo todo, falar de sexo, diversidade e de toda e
qualquer esquisitice humana como se tudo isso fosse a expressão do que há de
mais sublime na face da terra. Ou seja: Deus é banido do horizonte educacional
atual ao mesmo tempo em que se sacraliza as partes pudendas de nossos corpos e
tudo o que a criatividade humana possa fazer com elas.
(iii)
Aprendermos a perdoar é algo
imprescindível para o bem de cada um de nós. Todavia, não se aprende isso e não
se compreende a profundidade do perdão se não procuramos conhecer e compreender
o que é sumamente imperdoável.
(iv)
É importantíssimo sermos
tolerantes. É importante mesmo. Entretanto, essa palavra torna-se totalmente
desprovida de sentido quanto ignoramos o fato de que existem inúmeras coisas
que são fundamentalmente intoleráveis.
(v)
A tolerância não é e não deve
ser tida como um valor supremo, colocado acima de tudo e de todos. Acima dela
está a verdade e o amor a ela. Se desdenhamos a verdade e negamos o amor que
lhe é devido, a tolerância acaba se tornando um ídolo oco e pútrido para
celebrar o que há de mais torpe na alma humana.
(vi)
Em matéria de educação, na
atualidade, tudo é permitido, exceto aprender a cultivar a tal da vida interior
e cogitar a importância do espírito.
(vii)
Os escolásticos diziam que
quanto mais o indivíduo procura conhecer, mais ele realiza o seu ser, a sua
humanidade. O homem moderno não. Para esse, quanto mais ele afirma os seus mais
baixos e rasteiros impulsos, mais ele imagina estar realizando a plenitude de
sua humanidade.
(*)
Professor, caipira, cronista e bebedor de café.
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