Bem vindo ao blog de Dartagnan da Silva Zanela, Cristão católico por confissão, caipira por convicção, professor por ofício, poeta por teimosia, radialista por insistência, palestrante por zoeira, bebedor de café irredutível e escrevinhador por não ter mais o que fazer.

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E EIS QUE A VACA FOI PRO BREJO




Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

(i)
A exposição promovida pelo Santander é abominável. Ponto. Mas o que a torna mais abjeta ainda é o fato de que ela foi concebida como um projeto educacional e que reflete, em muitíssimos pontos, os valores que são disseminados em nossa sociedade por meio do sistema educacional.

(ii)
Relativismo cultural e moral é a justificativa, a desculpa esfarrapada adotada por aqueles que têm um gosto estragado e que possuem uma cultura de retalhos rotos emoldurada numa visão deformada e deformante de si e da humanidade.

(iii)
Quando se discute questões inerentes ao decadente sistema educacional brasileiro tem-se, logo de cara, um complicadíssimo gargalo, que seria o fato de que as partes que se colocam a parlar sobre, veem como questão fundamental a ser discutida, para poder equacionar de modo razoável as pendengas que atravancam a melhoria do dito cujo sistema de ensinação de nosso país, os pontos mais estabanados nas perspectivas mais descabidas possíveis o que, por sua deixa, acaba terminando não por gerar um diálogo, mas sim, uma assembleia de gargantas estridentes e de ouvidos moucos.

A observação é simples, não simplória, e, por isso, em meu ver, importante, pois, quando o assunto é esse, educação, devemos nos perguntar se o que estamos chamando de educação são questões de ordem realmente educacional ou, meramente, de ordem, propagandística, política, social, econômica, jurídica, burocrática, ideológica, individual ou corporativa e, necessariamente, analisar de que modo cada uma dessas dimensões da realidade pode contribuir na realização do educar e, em que medida, elas estão avacalhando com o ensinar. Pois é. Porém, todavia e, entretanto, tal distinção nem mesmo é cogitada.

Por isso, infelizmente, com uma frequência muito grande, sobrepõem-se às questões de ordem educacional elementos de ordem jurídica, política/ideológica, burocráticas e corporativas (quando não acabam tomando o lugar das questões educacionais) em misto com toda ordem de mesquinharias pessoais que tornam qualquer possibilidade duma discussão séria sobre o assunto inviável, porque, goste-se ou não do babado, ela, a educação, é a última a ser lembrada quando o assunto em pauta é ela mesma.


(*) Professor, caipira, cronista e bebedor de café.

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