Por
Dartagnan da Silva Zanela (*)
(i)
Por mais que as mentes bem
pensantes da sociedade moderna insistam nisso, penso que não podemos, jamais,
nos dar o desfrute de confundir afetação, revolta barata, histerismo engajado e
carência de atenção com manifestação artística.
(ii)
A partir do momento que não
mais procuramos a unidade do belo, do bom e do verdadeiro isso não significou a
conquista dum largo passo rumo a plenitude da liberdade. Não mesmo. O que
conseguimos foi cair de boca no chão da arapuca do reino arbitrário do
grotesco, do mal e da falsidade que passaram a posar como guias de consciências
na sociedade contemporânea.
(iii)
Comparar os trambolhos
“artísticos” da exposição galderia do Santander (e outras tantas tranqueiras
similares) com as obras de Da Vinci, Caravaggio, Bernini e tutti quanti é algo tão
desmedido e grotesco quanto a própria exposição em si.
(iv)
Lembrando: certos
especialistas, com aquele ar de superioridade postiça e afetada, disseram que a
galderia exposição artística de Porto Alegre deveria, para não chocar a
sensibilidade das pessoas, ter exposto quadros de natureza morta, paisagens,
retratos e não aquelas obras "ousadas" e "vanguardistas"
que lá foram exibidas. Sim, boa ideia. Para os caipiras, como eu, isso - a
simplicidade com sua beleza, bondade e verdade; e, para os ilustrados e
esclarecidos, motinhos e montões de lixo com nomes extravagantes e assim, desse
modo, cada um ficaria com a arte que melhor retrata o estado de sua alma para o
bem da avacalhação geral e de toda a tal da diversidade e de sua pervertida
libertinagem.
(*)
Professor, caipira, cronista e bebedor de café.
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